PAULO SOUSA |
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Paulo Sousa, sitarista nascido em Lisboa, mestrado em Etnomusicologia pela Universidade Nova de Lisboa, tem tido um percurso ecléctico ao longo da sua vida musical. Tem procurado conviver com o que de melhor encontrou nos diferentes géneros musicais que experimentou. Após ter-se iniciado na música como guitarrista na década de 80, foi no início dos anos 90, que ingressou no Conservatório Regional de Setúbal, tendo concluído o Curso Geral de Guitarra Clássica. Integrou posteriormente uma banda de blues, frequentando simultaneamente a escola de Jazz do Barreiro. Foi no final da década de 90, que se começou a interessar pela Índia e pela sua música. Em consequência disto, adquire o seu primeiro sitar e inicia o seu estudo paralelamente ao estudo do Jazz e à sua actividade como guitarrista. Na Primavera de 2005 gravou o seu primeiro trabalho com sitar, fundando o grupo Alap. Este disco continha temas originais assim como interpretações do repertório hindustânico. Teve edição de autor, em Junho do mesmo ano. Em Outubro do mesmo ano, partiu para Puna, na Índia, após ter ganho uma Bolsa de Estudo da Fundação Oriente. Aí esteve até Agosto de 2007, com o seu professor Pandit Hindraj Divekar, mestre de rudravina e sitar. Teve ainda oportunidade de aprender com outro sitarista, Swanand Arole, discípulo de Ustad Rais Khan. Desde que regressou da Índia, iniciou a divulgação desta música com uma série de concertos de sitar por diversos pontos do país, onde se destacou o importante concerto realizado a 11 de Outubro de 2007 no Centro Cultural de Belém, intitulado "Sitar para o anoitecer", organizado pela Antena 2, que o transmitiu em directo. Este foi acompanhado pelo tablista indiano, Makarand Tulankar. Em Abril do ano seguinte seria editado o CD com o mesmo nome, resultado da gravação deste concerto. Outro importante concerto, foi o realizado no Museu do Oriente a 18 de Janeiro de 2009, acompanhado pelo tablista Raimund Engelhardt, que daria igualmente origem a outro CD, “Ao vivo no Museu do Oriente”. Nesta mesma sala, teve lugar outro concerto a 2 de Dezembro de 2010, acompanhado desta vez pelo tablista Francisco Cabral. Em 2008 foi convidado a integrar o grupo de António Chaínho, com vista à produção, gravação e divulgação do disco “Lisgoa”. Foram feitos vários concertos e aparições em programas de televisão onde o Sitar pôde ser amplamente divulgado ao grande público. No que respeita ao mais importante festival de World Music em Portugal, o Festival Músicas do Mundo de Sines, Paulo Sousa marcou a sua presença a 24 de Julho de 2009, no Centro de Artes em Sines acompanhado novamente pelo tablista Makarand Tulankar. A partir de 2010 colaborou com a bailarina indiana de Khathak radicada em Portugal, Lajja Sambhavnath, como sitarista no espectáculo Soil to Soul, realizando importantes espectáculos na Aula Magna, Teatro da Trindade e Museu do Oriente, assim como fora de Lisboa. Em Janeiro de 2011 fez quatro concertos em Madrid acompanhado pelo tablista Niraj Kumar, onde se destacou um concerto na Embaixada da Índia de Madrid. Regressaria ao Festival de Músicas do Mundo a 23 de Julho de 2011, desta vez acompanhando o guitarrista António Chaínho na apresentação do seu disco “Lisgoa”, que foi lançado em Março de 2010. Paulo Sousa esteve envolvido na composição e divulgação deste trabalho desde o Outono de 2009 até 2011, fazendo concertos em Belgrado na Sérvia e em Maribor na Eslovénia. Todo o processo que envolveu a conceção, gravação e concertos do disco “Lisgoa” serviu de tema para a sua tese de Mestrado que seria defendida a 20 de Maio de 2013 na Universidade Nova de Lisboa intitulada "Lisgoa: A introdução do Sitar num contexto musical português". O ano de 2013 ficou ainda assinalado pela criação do espectáculo de sitar e dança, ”Krishna, o Amante Divino”, com a bailarina Tarikavalli, que estreou no Teatro da Malaposta, seguido de outras apresentações, e culminando com a apresentação em 2 de Novembro no Museu do Oriente. Em 2015 há a salientar o concerto no CCB realizado a 2 de Maio na Sala Eugénio de Andrade. Em 2016 destaca-se a participação nos Dias da Música do CCB, com o seu concerto no dia 23 de Abril inserido nesta edição subordinada ao tema "A Volta ao Mundo em 80 Concertos", assim como as apresentações no Museu do Oriente aquando do seu 8º aniversário no dia 8 de Maio.
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PAULO SOUSA sobre a “NOVA LUZ DA ÍNDIA”: A minha relação com o sitar é o resultado de um modo de estar na música muito essencialista. Quero eu dizer com isto que gerar som pelo som, torna-se para mim mais importante que palavras ou mesmo géneros formais dum qualquer universo musical. Desta forma, a exploração de um raga (estrutura melódica indiana) ou o seu desenvolvimento como resultado dum processo criativo, oferece-me o conforto de que necessito para comunicar com a audiência em tempo real, conjugando elaboração e emoção. |
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